quarta-feira, 25 de agosto de 2010

ARTE E ECONOMIA - Culinária (continuação 1)



«...Passeios

Deve dar-se livres tôdas as tardes do Domingo às criadas.

Quem trabalha seis dias tem direito a uma tarde de descanso.

Basta nesse dia fazer um almôço abundante, de forma que o jantar seja rápido e fácil de executar pela dona de casa.

Esta tem as suas horas livres para sair quando lhe aprouver. No entanto, não o deve fazer, sem que os serviços de casa que estão à sua guarda estejam em ordem não sendo necessária a sua presença, com um filho doente, um jantar de cerimónia, o arranjo das roupas, enfim, tudo qanto diz respeito à boa organização do seu lar, que está sempre em primeiro lugar que os passeios e divertimentos. Se porém, o marido mostrar desjo da sua companhia, então não hesitará, deixando para mais tarde as suas ocupações, que cumprirá logo que lhe seja possível.

Paciência

Esta qualidade é ainda das mais difíceis de conservar em diferentes emergências da vida.

Diante dum serviço mal feito, dum objecto de estimação partido, dum dôce queimado, dum hóspede que chega à última hora, perde-se muitas vezes a paciência, que nestes casos é um grande e poderoso auxiliar.

É um péssimo costume , que tenho observado em algumas casas, a cara de enfado e visível mau humor da dona de casa, quando surge um hóspede inesperado e à hora da refeição.

Ou até mesmo num jantar de cerimónia, para o qual fômos convidados, a dona de casa, mal tocando nos alimentos e com visíveis traços de inquietação. Não há nada mais desagradável !

Se foi o marido, que trouxe o hospede, é não só uma grosseria para o recem-chegado, como uma humilhação para o marido, que, como dono da casa, está no seu direito de trazer quem lhe aprouver. Se algum transtôrno isso nos causa, não é a ocasião propícia de lho dar a perceber.

Dominemos, pois, quanto possível, as nossas arrelias, apresentando-nos aos nossos hospedes com uma cara alegre e praseira, mostrando-lhes que nos é sempre agradável a sua companhia. Bem entendido, que não será permitido ao pessoal o menor gesto de desagrado, compensando-o de qualquer forma do trabalho extra, que porventura possa ter.

Peçamos aos nossos hospedes a máxima indulgência para as faltas que houver no serviço e para a modéstia da nossa ementa, procurando num pequeno lapso de tempo em que a nossa ausência se não faça notar, melhorar a sobremesa, organizar um prato extra com ovos, legumes ou conservas de lata e com esse dom precioso da «paciência» conseguiremos remediar todos os males, não toldando o bem-estar e alegria dos nossos, unico fim a que devemos visar.

Tenacidade

É necessário, embora muitas vezes nos constranja o coração, sermos tenazes numa ideia, num princípio, numa ordem dada para que ela se cumpra sem exitações. Enfada, bem sei, repetir a mesma cousa, mas só com muita tenacidade se consegue os serviços da casasejam feitos a nosso gôsto, na ocasião propícia e sem interrupção.

Bom humor

Quantos desgostos, quantas palavras duras e amargas pouparíamos, se o nosso humor fôsse constantena vida caseira.

O marido chega tarde para jantar? Um dito alegre, uma frase de espírito, e eis dissipada a nuvem que tentava formar-se, desencadeando a tempestade.

Se, porém, isso se torna um hábito, desorganizando assim a vida de casa, prejudicando a saúde dos filhos, sem que um motivo de fôrça maior o obrigue a isso, então a dona de casa fará servir o jantar a si e aos filhos à hora certa, em seguida as criadas, tendo porém o máximo cuidado que a refeição do marido seja cuidada, e muito do seu agrado, servindo-o ela, caso as criadas estejam a comer. É a única hora, durante o dia, em que elas descansam, tendo portanto o direito de estar tranquilas e sossegadas.

Tolda muitas vezes o “bom humor” uma criada que se despede, e a prespectiva do serviço a fazer. Que importa isso para uma senhora inteligente e dotada de bom humor?

Já lá vai o tempo em que a educação das meninas se baseava em saber francês e tocar piano. Hoje, quási tôdas sabem suprir todos os serviços de casa sem grande dificuldade.

Se a noite é mal passada com os filhos pequenos, ou alguém de família doente, activa-se o serviço para poder descansar duas horas de tarde a -fim-de conservar a saúde e o bom humor, qualidades principais da dona de casa para obter a felicidade no lar.»

Está a gostar? Esteja atenta/o que brevemente darei continuidade a esta transcrição, entretanto pode ir fazendo os seus comentários.

Até breve


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