Continuar Abril
Não tinhas certezas se a vida era tua
ou se te a tiravam ao virar da rua.
Não tinhas palavras, não tinhas sossego.
Não tinhas reforma do teu magro emprego.
Não tinhas direitos, não tinhas horário.
Não tinhas sustento do pouco salário.
Mas tinhas certezas e tinhas palavra.
E tinhas direitos, que alguém te tirava.
Não querias ser leigo da escola e da vida.
Sabias que a luta não estava perdida.
Não querias a guerra que não era tua,
a matar teus filhos, deixando-te nua.
Não querias a fome que tinhas na mesa.
Pulaste fronteiras, com muita tristeza.
Não querias partir, não querias a guerra, não querias a fome, grassando na terra.
Por isso lutaste, fechaste degredos.
Mostraste o teu cravo, encerraste os medos.
Feliz madrugada fizeste romper.
Mas não adormeças que pode morrer.
Continua a luta, com mais e mais mil.
Semeia e planta mais cravos de Abril.
Continua a luta pela liberdade.
Dá força e raiz à nossa unidade.
Continua a luta, com fraternidade.
Contra as injustiças e pela igualdade.
Continua a luta e sê solidário.
P’ra fazer o bem, não tenhas horário.
Continua a luta… enquanto és capaz.
Para que no Mundo haja sempre Paz.
Continua Abril. Continua sempre.
Transforma-o, se podes, em estrela candente.
Poema de Helena Chainho, Abril de 2000
1 comentário:
Força 25 de abril sempre
beijos
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